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Polícia Federal afirma que milícias digitais usam estrutura do ‘gabinete do ódio’

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Polícia Federal afirma que milícias digitais usam estrutura do ‘gabinete do ódio’

É o nome do grupo de aliados do presidente Jair Bolsonaro suspeito de atuar, dentro do Palácio do Planalto, nas redes sociais contra a democracia.

O relatório preliminar foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF que apura a atuação das milícias digitais.

Polícia Federal afirma que milícias digitais usam estrutura do ‘gabinete do ódio’ A Polícia Federal afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que uma milícia digital atua para atacar instituições e a democracia, usando a estrutura do chamado “gabinete do ódio”, um grupo de assessores da Presidência e aliados do presidente Jair Bolsonaro.

O relatório preliminar foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF que apura a atuação das milícias digitais.

No relatório, a delegada da PF Denisse Ribeiro, responsável pela investigação, define "milícias digitais" como uma suposta organização criminosa voltada à criação, publicação e difusão de mensagens com conteúdos que incidem em tipos penais - calúnia, difamação, injúria, violação de sigilo funcional, entre outros - com o objetivo de assegurar vantagens financeiras e/ou político partidárias aos envolvidos.

E afirma que a atuação dessa milícia se dá por meio do chamado “gabinete do ódio”: um grupo que produz conteúdos e/ou promove postagens em redes sociais atacando pessoas - “espantalhos” – previamente eleitas pelos integrantes da organização.

Segundo a delegada, espantalho é o termo usado pelos próprios integrantes do grupo em conversas sobre os alvos de ataques virtuais.

PF diz ao STF que milícia digital usa estrutura do 'gabinete do ódio' Entenda o inquérito da milícia digital aberto pela Polícia Federal e que levou à prisão de Jefferson Moraes prorroga por mais 90 dias inquérito sobre milícia digital A delegada não cita nomes desse grupo que ficou conhecido como “gabinete do ódio”, mas, em outra investigação, a das "fake news”, também nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, depoimentos de deputados apontaram ao menos três integrantes.

Os parlamentares afirmaram à Polícia Federal que o grupo é composto por assessores do governo federal, como Tercio Arnaud Tomaz, Mateus Diniz e José Matheus Sales Gomes.

O relatório aponta que, além de promover ataque aos veículos tradicionais de difusão de informação e de estimular a polarização e o acirramento do debate, a organização utiliza essa estrutura para atacar de forma anônima diversas pessoas: antagonistas políticos, ministros do STF, integrantes do próprio governo, dissidentes.

Tudo com o objetivo de pavimentar o caminho para alcance dos objetivos traçados: ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros.

De acordo com a Polícia Federal, a ação da milícia digital segue um roteiro dividido em quatro partes: a reverberação.

É quando ocorre a multiplicação das postagens em novas retransmissões, feitas, inclusive, por autoridades públicas.

o ataque.

Postagens de conteúdo ofensivo, mentiroso ou deturpado, para serem retransmitidas a integrantes do grupo que têm muitos seguidores e apoiadores nas redes sociais; a preparação.

É o momento em que o conteúdo é elaborado e tarefas são separadas entre os envolvidos.

Também são escolhidos os canais de divulgação para amplificar o discurso; a eleição.

É quando o grupo escolhe quem será o alvo das ações; A delegada Denisse Ribeiro afirma que a estratégia das milícias digitais é usar de forma distorcida a liberdade de expressão, prevista na Constituição, para praticar crimes como calúnia e difamação.

O relatório enfatiza que essa ação gera uma ideia de que a Constituição Federal criou uma zona franca para produção e divulgação de qualquer conteúdo sem risco de responsabilização.

Não é o que ocorre com qualquer Estado Democrático de Direito.

A delegada afirma que é justamente para proteger o discurso livre e aberto que se torna necessário estabelecer a “nota de corte” a partir da qual se encerra a liberdade de expressa?o e se inicia a pra?tica ili?cita.

O relatório afirma ainda que o modo de agir da suposta organização criminosa é semelhante a ações do presidente Jair Bolsonaro para desinformar a população, como os questionamentos que ele fez, em redes sociais, à segurança do sistema eletrônico de votação e a divulgação de dados sigilosos de inquérito da Polícia Federal sobre um ataque hacker ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral.

A delegada também cita que a disseminação de informações falsas sobre medicamentos ineficazes contra a Covid segue roteiro parecido para ganhar repercussão nas redes, e afirma que diálogos entre bolsonaristas mencionam a elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar “investigando todos”.

O inquérito da Polícia Federal foi iniciado em 2020.

A delegada Denisse Ribeiro pediu ao ministro Alexandre de Moraes a prorrogação das investigações.

O Palácio do Planalto não se manifestou sobre o relatório.

Tercio Arnaud Tomaz, Mateus Diniz e José Matheus Sales Gomes não deram retorno ao contato do Jornal Nacional.


Publicada por: RBSYS

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